A geração atual forjou uma figura não menos heróica e guerreira pãe. É o pai ou a mãe que, por opção, necessidade e talvez até por falta de opção, torna-se responsável único pela criação dos filhos. Essa figura, que junta o desprendimento de quem é capaz de dar a vida com aquela que vira leoa quando sente os seus em perigo, está há muito merecendo festa em dobro. Pois um dia, uma hora, um momento, pode ser que a vida conjugal se desfaça, deixando no inventário filhos carentes, assustados, desamparados, sem norte.
Mais do que prover as necessidades materiais da família ou desdobrar o coração fibra por fibra, o/a pãe ainda responde pelo preconceito por não ter evitado o lar desfeito, por criar uma pessoa que o parceiro não quis encarar, por enfrentar a realidade de, repentinamente, ficar só. Não vem ao caso se pãe é um pai que virou mãe ou mãe que acumula a figura paterna, mas de respeitar quem, no lugar de reclamar, vai à luta, encontrando forças das quais não se sabia capaz. Isso é que é ser herói e guerreiro.
NOTA escrita para coluna Cacau Menezes - Diário Catarinense - Florianópolis/SC
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