A cada 5% que Floripa cresce, a qualidade de vida se deteriora nos mesmos 5%. As ofertas de serviços públicos diminuem 5%, pois estas não crescem para acompanhar a demanda. Cada novo carro que entra na cidade, é mais um disputando a mesma faixa de trânsito e a mesma vaga de estacionamento; as ruas ficam 5% com mais estreitas. Se o trânsito já é difícil, imagine-se mais os 40 mil veículos esperados na temporada. Todo crescimento deve ser harmônico e sustentado. Por isso temos que olhar com redobrada atenção as audiências públicas sobre o presente e o futuro das terras abrangidas pela Serra do Tabuleiro. Não se trata apenas de preservar fauna, flora e nascente de fontes que alimentam a região, mas o tipo de vida que vamos legar a nossos filhos. Pois se não, só vão conhecer um búfalo, uma vaca, no zoológico. O Promotor José Eduardo Cardoso, da Procuradoria Temática do Parque Estadual Serra do Tabuleiro, merece todo apoio das comunidades, pela resistência que vem opondo aos grileiros da área. Nada contra a produção de mel silvestre, que é bom para a flora devido à polinização, ou a agricultura orgânica familiar. Sérgio Grando, da FATMA, diz que já foram assinados mais de 800 compromissos de ajustamento de condutas, já que não se pretende expulsar quem ali vive há décadas, mas conter a especulação liderada por grileiros. O promotor reconhece o direito dos que ali moravam antes da criação do parque - cerca de 5 mil famílias, mas já propôs uma enxurrada de ações.
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