Ao perder a Copa do Mundo, Parreira descobriu da pior maneira possível o que Luxemburgo já havia descoberto no Real Madrid: não se consegue sucesso com um time apenas com supercraques. Há que mesclá-los com alguns guerreiros como está fazendo o Dunga. O leitor se lembra de pelo menos dois lances, acho que Brasil x Japão: Adriano, em vez de passar a bola para Ronaldo, sozinho na frente do gol, preferiu “cavar” um pênalti, e deu no que deu. Cafu negou assistência para Ronaldinho, tentando ele mesmo, inutilmente, marcar na Copa. Que jogador menos consagrado se negaria a servir aos deuses? Estamos na antevéspera da eleição Presidencial mais chocha que o Brasil já enfrentou. Ninguém pediu tropas federais para garantir o pleito. Até a birita está permitida. Parece eleição indireta. Contestar, quem há de? Diferente do futebol, onde os desdobramentos são previsíveis e administráveis, na política tudo é como uma nuvem, ora é uma coisa, ora e outra. Como será um segundo mandato de Lula da Silva, privado de seus amigos do ABC? Um novo Getúlio (“esse povo de quem fui escravo jamais será escravo de ninguém...”), um Jânio Quadros (“forças ocultas não me permitem governar”) um Collor (“não me deixem só”) ou um novo Fernando Henrique (“esqueçam tudo o que escrevi”)?
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