Vanio Coelho
O céu que nos protege
Circulam pelas pontes de Floripa cerca de 140 mil veículos por dia. Numa cidade de apenas 300 mil habitantes, isso significa um veículo para cada nativo, com inevitáveis atropelamentos mortais: 110 assassinatos neste ano, até julho último, contra 40 durante todo o ano de 2001; um assalto por hora, segundo manchete do DC de sexta-feira. E nós, o povo, como é que ficamos? As pesquisas eleitorais dão conta que já estão eleitos os mesmos políticos de sempre - sejam da antiga UDN e PSD, passando por Arena e MDB, hoje travestidos de PFL, PPS e PMDB, são sempre os mesmos caciques que mandam no Estado há 40 anos. Se eles não resolveram o problema da violência, eles fazem parte do problema. Afinal não se pode esperar atitudes diferentes das mesmas pessoas. Parece que o eleitor só reage quando a violência explode dentro de seu lar, como quando do sequestro do pai, o estupro da filha, o assassinato de um jovem. Afinal, de que farinha somos feitos? Seremos iguais aos maranhenses que vão reeleger a mesma Roseana Sarney? Ou alagoanos, que vão eleger o Fernando Collor de sempre? Ou paulistas, que vão reeleger o notório Paulo Maluf?