Naquele 15 de março, quando Júlio César dirigia-se ao Senado romano, o vidente Spurina bradou-lhe: "Cuidado com os idos de março". O ano era 44 a. C., César sabia que seria assassinado e quem eram seus algozes; só não sabia de onde viria a primeira estocada. Ao ver seu filho adotivo, aí sim o monarca se surpreendeu: "Até tu, Brutus, filho meu?".
Como jornalista que registra o dia-a-dia, pois a imprensa é uma fornalha ininterrupta a pedir cada vez mais e mais notícias, Cacau sabe que está sujeito a desagradar.
Alguém já definiu os erros de imprensa como abrir um travesseiro cheio de penas no alto de um prédio e depois sair por aí recolhendo-as. Nem todas serão recuperadas, levadas pelo vento, caídas fora da vista ou em local inacessível. Daí o escrúpulo com que redijo minhas mal traçadas linhas. Mas às vezes, algumas vezes, o inevitável ocorre, a pessoa, compreensivelmente magoada, leva o assunto aos tribunais, como já aconteceu.
Como Júlio César, Cacau sabe os riscos que corre. E, embora sem insinuar comparações, também como Júlio César, não sei de que bainha sairá a primeira punhalada. E se, por não perder a piada perco o amigo, prefiro correr o risco do processo, mas não sonego ao meu leitor informações exclusivas que detenho. Esse privilégio me sinto obrigado a partilhar. Mesmo que os idos de março já tenham chegado, ainda não passaram!
NOTA escrita para coluna Cacau Menezes - Diário Catarinense - Florianópolis/SC
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