São ricas as lagoas do sul do Estado, como as de Imaruí, Ibiraquera, Mirim e Santo Antônio. Delas se extraem diariamente mais de 25 mil quilos de camarão, além da carne de siri que abastece o sudoeste do País. As luzes acessas nessas lagoas, sobretudo nos dois lados de Cabeçudas, dão a ideia de uma cidade fantástica. É lindo. E assustador. Seria essa pesca predatória? Estariam os camarões em vias de extinção? Através de mãos confiáveis, recebo e transmito ao leitor as seguintes informações: a maior produção é proveniente da pesca industrial, que não é predatória. São cinco mil “currais” delimitados e ocupados por 5 mil pescadores, controlados pela Sudepe.
Chama-se a esse processo de “aviãozinho”, devido às redes em forma de asas de avião e o “liquinho” que atrai o camarão. Por esse processo recolhe-se apenas o camarão adulto, que pode medir até 13 cm e pesar 50 gramas. Como média, 60 camarões fazem um quilo. Tem ainda o tarrafeamento e a rede de saco, ambas autorizadas e controláveis. A pesca predatória fica por conta das tarrafas de rolo (que arrastam o lodo e o limo, desfazendo o habitat dos alevinos). A pesca coma coca também é predatória. Para se ter uma ideia: nesses processos de coca e arrastão são necessários 200 camarões para fazer um quilo e que, já adultos, poderiam pesar 10 quilos. Ocorre que essa pesca é praticada sobretudo por mulheres e crianças moradoras das margens e que usam a venda como complemento de renda familiar.
JORNAL DE IMBITUBA-Imbituba
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