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Vanio Coelho

VANIO COELHO

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O vôo do Carcará

Atualizado: 22 de set. de 2019



Modelo nacional é o melhor em linha reta: mais de 200 km por hora O chefe da equipe da Vemag estava nervoso desde cedo, pois os trabalhos começaram às 6 horas e às 8:30 ainda não tinha sido feita a prova. Além disso, as responsabilidades eram imensas: iria se testar, pela primeira vez, diante de jornalistas, numa prova para valer oficialmente, e fiscalizada por organizações do setor, as qualidades do carcará, modelo classe G - Internacional, para corridas em linha reta (streamlined). Esse nervosismo era partilhado por Anísio Campos, o desenhista da carroçaria, e o construtor, Rino Malzoni, além de técnicos, instrutores e observadores. A prova, além do mais, serviria para registrar um marco, numa corrida inédita, no Brasil. Quando o piloto, Norman Cesari, começou a acelerar o carro, três mil metros antes da marca da partida, todos suspenderam a respiração enquanto o pássaro deixava atrás de si o vento e o cheiro do pneu queimado no asfalto. E quando o cronômetro eletrônico, especialmente importado, e que custou mais do que o carro - Cr$ 32 milhões - assinalou a passagem do veículo pela segunda célula fotoelétrica, houve um murmúrio crescente de satisfação, evidenciando o êxito: o Carcará atingira 214,477 quilômetros por hora. Na volta, jogando contra o vento, o cronômetro registrou 211,329 km/h, estabelecendo a honrosa marca média de 212,903 km/h. A prova era muito importante para a Vemag: o Carcará é o primeiro carro aerodinâmico da América Latina, a streamlined era a primeira prova feita no Brasil, e o marco foi um recorde inédito em qualquer outro tipo de competição. O motor do Carcará é derivado dos motores de competição da DKW-Vemag que admitiu 1.080 cm3 por cilindrada, consumindo gasolina azul de 100 octanas. A carroçaria de Rino Malzoni (o mesmo que construiu a Onça) é de alumínio, e as dimensões são de 4,40 m de comprimento, largura de 1,68 m e altura máxima de 0,96 m. Os pneus usados, da Pirelli. A prova realizou-se na BR-101 (Rio-Santos), na altura da Barra da Tijuca.


REVISTA MANCHETE.Rio de Janeiro, 19 de Junho de 1965. Fotos de WALTER FIRMO

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