Boa guerrinha entre a bossa e o ié-ié vai ganhar fôlego Milhares de fãs lotaram o auditório do antigo Cinema Astória para assistir, ao vivo, à volta de Elis Regina à Guanabara, numa nova série de programas de televisão. Era o começo de nova ofensiva da gauchinha na luta, travada em altos termos nos bastidores musicais, entre a bossa nova, aliada ao samba, contra o ié-ié. Ninguém melhor do que ela para liderar um dos campos. Ate há pouco tempo, recordista absoluta na venda de discos, frequência a auditórios e audiência de televisão, ela se encontrava na África, estudando as raízes de nosso samba, quando um novo fenômeno surgiu, desafiando todos os valores musicais estabelecidos: Roberto Carlos e a turma da Jovem Guarda. Parecia que nada sobraria do vendaval. Mas Elis, voltando, já aumentou de 30% para 50% sua audiência em São Paulo, e a apresentação de seu programa O Fino (ex da Bossa) na Guanabara foi um sucesso maiúsculo. Qual o segredo da vitalidade inesgotável dessa mocinha de 21 anos? Ela atribui o sucesso ao seu repertorio, produzido por uma geração pródiga de bons compositores, dos quais destaca Chico Buarque de Holanda. Outros falarão da importância de seus gestos largos, espontâneos, mas coerentes. Qualquer que seja a explicação parece que Elis Regina voltou mesmo para ficar.
FATOS & FOTOS. Brasília, 27 de agosto de 1966. Fotos de ESKO MURTO*
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