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Vanio Coelho

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A condição feminina 

O mundo comemorou mais uma dia dedicado às “minorias” - o Dia Internacional da Mulher. Tudo bem, agora?Já que se dedicou um dia inteirinho para se falar na mulher, todos, de consciência tranquila, nos damos as mãos e vamos dançar na praia... como se os problemas estivessem resolvidos.


Ledo engano: o “Dia Internacional da Mulher”, da Criança, do Idoso, da Mãe, do Deficiente, da Saúde, da Ecologia, são oportunidades sérias que desperdiçamos para encarar com seriedade a condição dessas “minorias”, embora no caso da mulher seja uma respeitável maioria. Pouco se tem estudado sobre a condição feminina. Eu não me preocupo nada com essas feministas, mulheres passadas e entediadas, que ficam falando em igualdade de oportunidades sobretudo no trabalho e na vida sexual (aborto, crimes de honra, concepcional masculino, vasectomia, acesso a cargos importantes, salários iguais para trabalhos iguais etc). Mas não me parece ser esta a real necessidade da mulher que trabalha, seja a que trabalha no lar ou no escritório ou na fábrica. Essas feministas têm quem as sustente e assim podem sair por aí jogando farpas em alvos equivocados. É uma pena e um desperdício, pois se foge do real problema - a submissão da mulher devido à ordem econômica. Uma mulher que se dedica ao marido e filhos não tem nenhum projeto de vida, seja intelectual ou profissional. Preocupada apenas em ser aplaudida dentro do seu pequeno mundo familiar, ela se esfalfa e de desgasta, até o dia em que, sofrida e decepcionada, terá vontade não sair da cama, de gritar um “chega”, de mudar as coisas, deixar de fazer o mesmo café para o mesmo marido e os mesmos filhos, arrumar as mesmas camas e a mesma cozinha, as mesmas roupas... E quando, então, surge a “síndrome do ninho vazio” (os filhos se foram, a casa ficou grande e silenciosa) e não podendo mais evitar o desgaste de sua relação conjugal, menopausa, excesso de peso e ausência de motivação, sua crise será bem mais aguda. Mais grave é a condição feminina que trabalha fora. Esta, então, se for casada, terá dois patrões: o empregador das 8:00 às 18:00 e o marido as 24 horas do dia.


Não é à toa que a Bety Friddam, a mais conhecida feminista dos anos 70, voltou atrás em sua proposta inicial: o ideal da mulher hoje não é mais trabalhar fora mas se dedicar à família de tempo integral. E a satisfação sexual? Quantas mulheres realmente conhecem o prazer da cama, quantas o tem na regularidade, intensidade e doação a que têm direito? Eis aí apenas alguns dos problemas que tornam a condição feminina nada invejável. E no lugar de se encarar esses que são os reais problemas, ficam-se discutindo mais poder, mais salário, mais não sei o que... Outro dia essas feministas brasileiras escolheram as Dez Mulheres do Ano. Eram as eleitas todas inteligentes, respeitáveis, abnegadas, cultas, mas elitistas Já numa votação de igual tema realizada na França, uma brasileira lá foi incluída entre as 10 mais importantes do ano. Foi aquela empregada doméstica que desafiou, sozinha, a polícia carioca - Marly dos Santos, em busca de justiça pelo assassinato de seu irmão. Esta é a verdadeira luta feminista: exigir tratamento de igual dignidade e respeito humano.


JORNAL DE IMBITUBA-Imbituba

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