Nossos filhos estariam pagando elevado preço pela liberdade com que os criamos? A geração do pós-guerra foi criada com responsabilidade apenas vigiada pelos pais que, por sua vez, foram criados na base da bordoada. Filhos dessa liberdade, os novos jovens tiveram tudo pela frente: rock-in-roll, sexo, drogas. E aí surgiu o mal do século, a AIDS, como se esse fosse o preço do banquete que, como sabemos, nunca é grátis. Como surgiu a doença, cuja sigla, em inglês, significa “síndrome da imunodeficiência adquirida”, uma perda da autodefesa do organismo que uma simples pneumonia leva à morte? Foi notada no final dos anos 70 e isolada em 1983 por pesquisadores franceses e americanos. Sabe-se que o vírus HIV, típico dos humanos, é semelhante com o SIV, este predominando em macacos africanos, sobretudo nos chimpanzés. Mas como passaram para os homens?
Segundo os autores do documentário “As Origens da AIDS”, tudo começou na África, mais precisamente no Congo onde, nos anos 50, o cientista Hilary Koprowski, concorrendo contra o pesquisador Albert Sabin na busca de vacina anti-pólio oral, usou como cobaias macacos chimpanzés, aqueles que contêm o SIV. Retirado o soro do macaco, que vinha contaminado, era inoculado nas criancinhas africanas. A doença foi se desenvolvendo sob a forma da imunodeficiência e tomou o mundo duas décadas depois. É ironia descobrir-se que a mais funesta doença da atualidade tenha se iniciado com a tentativa científica de se erradicar uma outra doença, a paralisia infantil. A vacina adotada universalmente foi a do Dr. Albert Sabin, casado com a brasileira Heloisa Dunshee de Abranches. E aí, vai de camisinha?
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