Quando Georges Moustaki compôs a música La femme qui est dans mon lit (“A mulher que está na minha cama/ Não tem mais 20 anos há muito tempo/ Não ria/ Poupe suas lágrimas/ Guarde seu sarcasmo) quis apenas homenagear aquela mulher que, maltratada pelas paixões frustradas, assim mesmo consegue renovar seu amor por um novo romance. Essa contudo não foi a visão das feministas, que caíram em cima do cantor franco-grego. Para Elizabeth Alexandre “elas têm que ter 10, 15, às vezes 20 anos a menos que seu companheiro para que eles sintam essa mistura de segurança e vulnerabilidade”.
Quando o Primeiro Ministro digo, quando o Chefe da Casa Civil José Dirceu disse que Fernando Henrique Cardoso, como Ex-presidente, tinha mais é que cuidar de seus livros e seus netos - puxa, todo mundo caiu em cima dele. Até a filha de FFHH (“Eu cuido bem de meus filhos”). Sem falar no boquirroto senador Arthur Virgílio (“Dirceu conseguiu numa só tacada ofender os aposentados, os bibliotecários e as mães...)”. Pois não foi Ibsen (A Casa das Bonecas) que registrou que a dificuldade para quem tem plateia é superar o dualismo existente entre o superficial (aquilo se passa em público) e a realidade (a vida secreta das pessoas que assistem)? Ocorre que, se não houvesse pessoas que ousam dizer o que pensam, correríamos o grave risco de fazer parte de um mundo em silêncio, o que seria mais insuportável ainda.
É por isso que, sem medo de bordoadas, este seu criado aqui, comparece todos os dias da semana para, ao contrário dos 3 macaquinhos (nada vejo, nada ouço, nada digo) dizer e contar sim, o que viu, o que ouviu e o que aconteceu.
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