A corrupção toma conta do país como um câncer como uma metástase. Não é apenas o crescimento da doença para os lados, mas a criação de novos focos de corrupção, sem continuidade com a primeira lesão. Como células neoplásticas, a doença social ganha vias próprias de disseminação, cujas denúncias acabam estimulando a formação de novas colônias neoplásticas mais adiante. Não acaba nunca. Agora se descobre a venda de próteses falsas, travesseiros milagrosos, “correntes” para empresários falidos, boi gordo, avestruz gordo e até camarão gordo. Começa ali, com o assessor indicado pelo mais modesto vereador do mais longínquo e mais pobre burgo, para pelos remédios com 10% a menos de conteúdo e termina nos mais elevados tribunais do país, onde se questiona quem tem autoridade moral para denunciar “jeitinhos”, como ocorreu outro dia no bate-boca do Supremo Tribunal Federal.
Rui Barbosa, eloqüente tribuno, político, ex-candidato a presidente, excelente jurista (mas a quem se inculpa responsabilidade em alguns “jeitinhos”) já advertia, há quase um século: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. No lugar de passear de branco, ou mesmo de negro, ou fechar pontes e viadutos, que o querido (e)leitor anote junto a seu título e na eleição use seu voto como arma. Aliás, é há única oportunidade onde e pobres, instruídos e incultos, trabalhadores e desempregados, raças coloridas, vocações religiosas e opção sexual diferente, todos têm o mesmo valor.
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