Depois do indiciamento de 53 pessoas no inquérito da Operação Moeda Verde, tem gente na SUSP que não assina nem recibo de protocolo, quanto mais licenciamento de obras na cidade, mesmo com a papelada em ordem, como aconteceu com uma construtora em Coqueiros. Mas, mesmo como diria o ex-presidente Collor (duela a quien duela), a verdade é que quem ganhou foi a Ilha. Inocentes e culpados - e certamente existem mais inocentes que culpados, mais empresários que quadrilheiros, mais homens sérios que aventureiros arrivistas - a medida é um alívio para aqueles que se preocupam com o destino da ilha.
De que vale bater palmas se o turismo aumentou 20% mas os serviços públicos não foram ampliados em igual proporção? Partilhar uma ilha com 250 mil pessoas é uma coisa; abrigar 500 mil novos habitantes é o caos. Afinal, no verão, Floripa recebe o dobro de veículos, mas as ruas não se alargam em 100%, ou seja, divide-se o mesmo espaço pelo dobro de usuários. O protesto ilhéu não é fruto de egoísmo, do tipo “explodam as pontes”.
É que, esgotada a capacidade de expansão das áreas edificáveis, os predadores começam a avançar sobre aquelas ainda não ocupadas, geralmente terra de marinha, áreas de preservação permanente ou de proteção ambiental. Aí é que surge essa indústria subterrânea ora detonada. E por que não condenar os construtores de obras que não possam mais ser desfeitas a adquirir a Estação Ecológica de Carijós, em, Jurerê, tornando-a parque ecológico particular?
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