A recente postura do Senado em negar apoio à criação da Secretaria de Planejamento de Longo Prazo apenas confirma o que o Presidente Lula não quer denunciar: com esse Congresso não dá para governar. Só com a ajuda de “mensalidades”, nomeações em diretorias e mesmo cargos subalternos e liberação de verbas através de emendas orçamentárias. Até se poderia dar um retoque moralista no paredão para aprovar a Medida Provisória que criou a pasta do ex-quase-futuro Ministro Mangabeira Unger: impedir a criação, escondidamente, de mais 660 cargos públicos, sem concurso e sem controle. Mas não dá para disfarçar. Cargos na Petrobrás, no Ministério dos Transportes, em Furnas ou onde houver orçamento recheado.
Dizem que até Renan Calheiros, para conter o PT, estaria por traz dessa nova objeção à modernização do País. A triste figura do criador de gado de Alagoas parece se encaixar às luvas naquele painel descrito por Millor Fernandes: “Desenvolveu tanto a habilidade da mentira que todos acreditam nele. Ele é que não acredita em mais ninguém...”. O Presidente do Senado, liderando uma corrente para mostrar força – logo ele, tão decaído – em nada eleva a política brasileira, antes pelo contrário não deixa sair de cada coração e mente a vontade de diminuir o número de políticos com a extinção do Senado. E, no entanto, no lugar de agir, se faz passeata pública. Com isso se lava a alma, mas o problema continua.
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