E o boizinho que morre sem ver a luz do sol, esse ninguém tenta proteger? Ou a galinha que não sabe o que é noite?
Para matar um boi, primeiro se dá um disparo na testa com uma pistola de ar comprimido. O tiro deixa o animal desacordado por alguns minutos. Ele então é erguido por uma pata traseira e tem a garganta cortada. Tem que ser sangrado vivo, para que o sangue seja bombeado para fora do corpo, evitando a proliferação de microorganismos Só que a maioria não conhece o sistema de abate de animais fora dos abatedouros. No abate clandestino o gado é morto com uma marretada na cabeça, uma marreta de ferro de 5 kg. O abate a marretadas está proibido no país, mas quase 50% dos abates são clandestinos e, portanto, sem fiscalização. O problema da marretada é que não e fácil acertar o boi com o primeiro golpe. Os porcos têm destino semelhante: o atordoamento é feito com um choque elétrico na cabeça e jogado num tanque de água fervendo, para facilitar a retirada da pele. É pendurado de cabeça para baixo e sangrado pelo pescoço no sentido vertical ainda vivo. A morte é lenta e agonizante. As galinhas são presas numa esteira rolante que passa sob um eletrodo. O choque desacorda a ave e, em seguida, uma lâmina corta seu pescoço. Nas granjas de ovos, pintinhos machos são descartáveis e viram ração triturados num liquidificador gigante.
Por isso, meu amigo, ao ler a carta de algum haule criticando Santa Catarina por causa da condenada Farra do Boi, saiba que, a não ser que seja um vegetariano, você está diante de um hipócrita cínico, desinformado e preconceituoso. Passe longe!
NOTA escrita para coluna Cacau Menezes - Diário Catarinense - Florianópolis/SC
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