É como se sente o colunista que repassa informações sobre política, sociedade e acontecimentos, no dia-a-dia de seu ambiente: a busca da informação inédita, aquela que, às vezes, pode fazer ou desfazer a honra, a glória e a fortuna. Equilibrando-se sobre o fio da navalha, o jornalista de costumes é, ao mesmo tempo, o mais poderoso e o mais desprotegido. A palavra, uma vez impressa, passa a circular com a força de um aríete, para o bem e também para o mal. Proteger a fonte, mesmo quando essa pensa que nos manipula, não distorcer os fatos apenas para confirmar um prejulgamento ou avaliar com equilíbrio o que é noticia e o que é fato. É clássica a definição de uma e do outro: se o cão morde o carteiro, isso é um fato; se o carteiro morde o cão, isso é notícia.
Aprendi a escrever de tal modo que, se encontrar na rua alguém citado numa nota, eu não tenha que trocar de calçada. Também aprendi que as pessoas que a gente cumprimenta, quando sobe, são as mesmas que se encontra quando descemos. E descemos sempre, ninguém é editor a vida inteira, ninguém é o colunista mais lembrado do Estado para sempre, ninguém é o número um todo o tempo. Quando o jornalista deixa a redação e cumprimenta alguém ele pensa: esse aí nem tem ideia do que vai ler amanhã. Ninguém aprecia tanto o prazer de ver, no dia seguinte, em forma de letra impressa as ideias montadas na véspera. E nem receia tanto o dia seguinte como. Por isso, querido leitor, não me perguntes por quem os sinos dobram
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