A rica cultura árabe narra a historia do homem que, desejando ficar rico, correu mundos afora em busca de tesouros. Quando retornou a sua aldeia, pobre, cansado e alquebrado, soube que a pessoa que comprara suas terras descobriu pedras preciosas que sempre estiveram ali enterradas. A Constituinte de 1988 quebrou o monopólio da Petrobrás. Hoje é livre a produção, importação e distribuição de petróleo e derivados Mesmo assim a Petrobrás acaba de ultrapassar a IBM ou a Coca-Cola em lucros. Tornou-se a 12ª maior empresa das Américas e, investiu no Brasil, nos existência, tanto quanto todas as empresas estrangeiras juntas: 220 bilhões de dólares. Como no caso do árabe errante, o Brasil também vive abrindo suas portas para o mercado externo, ignorando que aqui temos empresas - e capacidade de poupança - suficientes para alavancar uma década de progresso. E afinal, quando custa, efetivamente, um litro de gasolina? Há duas maneiras se saber: apurar pelo custo da matéria prima ou apenas telefonar para a Petrobrás. Cacau fez as duas coisas. Como um barril de petróleo custa 30 dólares, gastando-se mais dois para refino e transporte, temos 32 dólares; um barril produz 159 litros de derivados (desde a valiosa nafta para a petroquímica até o desprezado óleo combustível para caldeiras), temos um custo médio de US$ 0,201 por litro, ou mais ou menos R$ 0,60 centavos. Esse é o preço teórico, pois por questões comerciais e até de política de governo (gás e diesel são vendidos abaixo do custo), cada derivado tem o mesmo custo mas é vendido diferenciadamente. A Petrobrás vende sua gasolina para as distribuidoras BR, Shell, Esso, Texaco, Ypiranga, segundo sua assessoria de imprensa, por R$ 0,5118 o litro. A partir daí são encargos fiscais (cide, confins, pis, icms), o lucro da distribuidora, da transportadora e do posto de gasolina. Por que, então, pagamos R$ 2,15 em Floripa?
Vanio Coelho
Comments