Diariamente chegam à redação cartas e mais cartas, denunciando atos terroristas praticados por “jagunços” e policiais de péssima formação. Muitas dessas cartas, por não trazerem a assinatura do remetente, não podem ser publicadas, e são por nos remetidas à Secretaria de Segurança Publica, para investigação e apuração da verdade; em caso positivo, os policiais são punidos pela Justiça Militar do Estado. E se nós não podemos publicar estas cartas anônimas, é que, e não é raro, elas são portadoras de intrigas pessoais, nada dizendo com respeito à coletividade. , porém as cartas assinadas, como a que o correspondente de Prudentópolis nos envia - e cujo nome omitimos para evitar-lhe ser vitima de vingança - assinadas e datadas, evidenciam que realmente há fogo atrás da fumaça.
É verdade que não cabe aqui defender o Coronel Ítalo Conti. Secretário de Segurança Pública - nem é nossa intenção acusá- lo - mas por um dever de ofício cumpre eliminar a responsabilidade de Sua Excelência, ao menos até o momento da denuncia, quando então passamos a pedir providencia, nesses casos de “coices de mula”, domésticos. A polícia não deixa de ser um órgão administrativo - como qualquer outro - onde os elementos admitidos, sejam bons ou maus, são sempre conservados pelos novos administradores. Uma “varrida” - que nem sempre deixa de atingir pessoas merecedoras de crédito - é tida como vingança e perseguição política, o que arrefece um pouco a iniciativa do governante. E as demissões a bem do serviço público são morosas, custosas, e mínimas. A atual chefia de Polícia herdou dos governos passados - que também não podem ser responsabilizados diretamente - uma casta policial cheia de bons exemplos, que dignificam e honram essa corporação pública. Mas em seu meio - mas notadamente nas pequenas cidades - vão surgindo os péssimos policiais, uns egressos de uma própria experiência no passado, outros pela convivência com os mais frios criminosos que são obrigados a guardar, uns poucos, embriagados, na sua incapacidade de sentir com uma pessoa humana normal, pela sede do Poder: cassetete, revolver e fardamento.
De Prudentópolis surge uma denuncia, que diz o milagre e diz o santo - isto é, denuncia os atos e fornece os nomes. Seria útil à coletividade, e com ela o próprio bem estar da sociedade, que o digno Secretário de Segurança Pública continuasse a examinar todas as denuncias por nos efetuadas, denuncias feitas aqui ou pelas cartas sem assinatura que entregamos em suas mãos - e o bem estar de todos estaria garantido, num regime em que os homens possam ver na Força Publica a garantia da Família e do Lar, e não a destruição do indivíduo.
Publicação: Jornal O ESTADO DO PARANÁ-Curitiba
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