Cada vez que começa uma nova legislatura os parlamentares ameaçam introduzir o sistema parlamentarista - aquele em que o Poder Executivo é exercido por um deputado ou senador, indicado pelo Presidente da República e aprovado pelo Congresso. O Primeiro Ministro pode ser destituído desde que perca a confiança do Parlamento. O Presidente da República vira uma Rainha da Inglaterra: reina mas não governa. É interessante comparar o Congresso brasileiro com o Congresso americano, onde fomos buscar o modelo. Sem esquecer que os Estados Unidos são um país rico, que pode gastar 100 bilhões de dólares numa guerra enquanto o Brasil não pode gastar 3 bilhões para equipar suas forças armadas, eis as comparações: Nos Estados Unidos são 2 senadores por Estado com mandatos de 6 anos, aqui são 3 senadores com mandatos de 8 anos; na Câmara Federal são 435 deputados, eleitos a cada 2 anos; aqui são 513 eleitos por quatro anos.
Uma análise do orçamento do Congresso deste ano revela fatos simplesmente assombrosos, para um país pobre como o Brasil: o Congresso vai gastar 3 bilhões e 389 milhões de reais. Ou seja, cada congressista custará R$ 5.705.000,00. Além de receberem o 13º, ainda ganham um 14º, um 15º e um 16º salários, ainda contam com 4,2 mil para telefone e correios, 25 mil como verba de gabinete, 3 mil de auxilio moradia, 4 passagens aéreas para seu Estado de origem, todo mês, além de nomearem como “funcionários de confiança” a mãe que os pariu e mulher que dorme com eles, como declarava, cinicamente, outro dia, um ilustre deputado. Sem esquecer que atrás do aumento salarial dos congressistas (R$ 12.720,00 mensais, fora aqueles penduricalhos) só não vai quem já morreu ou perdeu o Trem da Alegria na Constituinte de 88. É a famosa ISONOMIA, que atrela aos salários de deputados os dos procuradores, juízes e até vereadores. A pergunta que nos angustia é: você daria mais poder a esses políticos, apoiando o parlamentarismo?
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