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Vanio Coelho

VANIO COELHO

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Polônia, Polônia

Era pretensão desta coluna enfocar os problemas no Sul do meu Estado numa ótica de quem vem de fora, como observador não envolvido seja com os problema seja com as pessoas. Lembraria Maquiavel: quem vive na montanha percebe a extensão do vale; quem habita a planície identifica a altura da montanha. Mas podemos silenciar ante o que se passa na Polônia? Tentas tragédias como a de El Salvador, onde há (quinze mil mortos oficialmente, num pequeno país do tamanho do sul catarinense) teriam nos insensibilizado a tal ponto que o silêncio possa ser confundido com cumplicidade?


A Rússia perdeu na Segunda Guerra cerca de 20 milhões de pessoas. Traumatizada, ela acercou-se de países aliados, aos quais trata como se fossem países ocupados. Churchill chamou a isso de “Cortina de Ferro” e a tais países de “satélites”. A mão pesada da intolerância, movida pelo pavor de uma nova guerra, já silenciou a Hungria (1956) a Checoslováquia (1968) e o Afeganistão (1979). E agora, o tacão ameaça cruzar as fronteira da Polônia. artificiais em 1920, quem animaram os alemães à retomada, em 1939, iniciando a 2ª Guerra. Dez milhões de mortos em 39 - 45, outros deportados, prisioneiros, sublevados. Liberados pelos russos, estes não mais deixaram o país. A Polônia possui uma avançada política social: uma operária fica em casa dois anos após a maternidade, cuidando do bebê e remunerada pelo Estado. Operários se reúnem, formam um sindicato independente do Partido Comunista - fato inédito entre os Países Socialistas. Dez milhões de associados no “Solidariedade”. Greves por melhores salários, descanso aos sábados, mais comida, demissão dos Ministros corruptos, e ou incompetentes. Os russos olham de longe, mas não de tão longe quanto seria desejável.


O renascimento do catolicismo, inflamado pela eleição do primeiro Papa não romano e não italiano nos últimos séculos e ainda da Polônia comunista! De repente o Exército assume o poder, prende líderes sindicais (400 para uns; outros dizem quatro mil). Decreta a lei marcial para grevistas em atividades essenciais. E o mundo, atônito aguarda o que? O inverno, para dançar como fez a formiga? Ai de ti, Polônia. Do alto do mais alto guindaste do estaleiro de Gdansk os netos dos netos dos que venceram os Cavaleiros Teutônicos estarão bradando: Levanta-te Pozman. Mas o levante, Guerreiros, não seria o pretexto para a Invasão que o russo espera? Levantem-se os moderados, enquanto há tempo, para preservar a Solidariedade, as discussões e os debates, a abertura para a Liberdade. Pois de conquista em conquista a Polônia conhece a liberdade.


JORNAL DA CIDADE-Tubarão

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