Quantas vezes nos recusamos a abrir o lado oculto da alma por receio de enfrentar nossos próprios demônios, nossos passados mal resolvidos, e que, para enfrentá-los necessitamos de um litro de uísque ao lado? Como fazer uma lista de grandes amigos, aqueles que mais víamos há 10 anos: quantos você ainda vê todo dia e quantos você já não encontra mais? Listar os sonhos que tínhamos e desistimos de sonhar! Amores jurados como eternos que não conseguimos preservar... Onde você melhor se reconhece: na foto passada ou no espelho de agora? Hoje é do jeito que achou que seria? Quantos amigos você jogou fora? Quantos segredos que você guardava e hoje são bobos, ninguém quer saber? Quantas mentiras você condenava e, para sobreviver, quantas teve que cometer? Quantos defeitos sanados com o tempo e que eram o melhor que havia em você? Quantas pessoas que você amava acredita que hoje amam você?
Cacau bem que gostaria de ter construído esses versos, mas já foram cantados por Oswaldo Montenegro, na sua lindíssima A Lista. É que não foi possível resistir à inexorável vontade de partilhá-los com meus mais nobres leitores, aqueles que têm alma de poeta e olhos de Sinatra. Ainda bem que, como nos lembra Bob Marley, "os ventos que às vezes tiram algo que amamos são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar. Por isso não devemos chorar pelo que foi tirado, e, sim, aprender a amar o que nos foi dado. Pois tudo aquilo que é realmente nosso nunca se vai para sempre..."
NOTA escrita para coluna Cacau Menezes - Diário Catarinense - Florianópolis/SC
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