Nas conquistas dos trabalhadores, a jornada de 8 horas foi um grande tento conquistado por aqueles que Marx concitara para a revolução mundial - e talvez por causa dele é que se conquistou a lei substituindo o conceito arcaico e novecentista, de que eram necessárias 10 horas de trabalho por dia. Depois veio o repouso semanal remunerado - também acusado de vir abrir falência a indústria e comércio. O tempo veio mostrar que os homens são fúteis - quando pensam em função do próprio tempo. Nem a indústria faliu, nem os trabalhadores diminuíram o ritmo de produção mundial.
Outras classes posteriores, entre as quais o funcionalismo público e bancários, no Brasil, conseguiram o horário corrido, ou expediente único de 6 horas. Também aí não sobreveio a grande derrocada que se temia. Hoje, fala-se em mais duas conquistas em mais duas conquistas, que poupam o operário, e aumentam suas horas de lazer: a jornada de 6 horas, e a “semana inglesa”. A primeira reinvidicação - e talvez a mais importante -, seria a de reter o trabalhador apenas 6 horas por dia, no trabalho, divididas em dois períodos. A outra, que poderá vir simultânea ou independentemente, seria o do descanso aos sábados, aumentando o repouso semanal para 48 horas. Por ser de conquista mais fácil, os trabalhadores estão pugnando para a introdução, no comercia e na indústria, da “semana inglesa”. E como ocorreu com a Justiça e estabelecimentos de crédito, o não expediente aos sábados não veio, como se temia novamente, trair os interesses dos Bancos, ou dos que buscam a Justiça. Exatamente por que são serviços que dependem de uma aplicação, que se não feitos no sábado, serão feitos na segunda.
Para os industriais, é certo, diminuirá o ritmo de produção. , porém a produção, com o emprego de maquinas, não vem sendo aumentada dia a dia nas Fábricas? No comércio, ocorrerá o que se passa com os Bancos: venderão na segunda o que poderiam vender no sábado - portanto, não há prejuízo. A “semana inglesa”, a jornada de seis horas, o salário profissional e família, são conquistas que, por mais que impeçamos a sua eclosão, surgem ou com o tempo, ou com a sensatez. Na era do progresso, o Homem tem direito a trabalhar menos, e ganhar mais, pois caso contrário não há razão para o progresso.
Jornal O ESTADO DO PARANÁ-Curitiba
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