Interessante a história da Petrobrás, hoje a maior empresa da América Latina e a 56ª maior do mundo, com um patrimônio de 72 bilhões de dólares. O projeto de Getulio Vargas, criando a Petrobrás em 1953, era bem tímido. Foi a UDN que apresentou o substutivo do monopólio de Estado. Em 1988 os “privativistas” não tiveram força para aproveitar a nova constituição e extinguir o monopólio. Mas não deu para segurar o PFL e o PSDB que, em 1997, com Fernando Henrique, conseguiram aprovar a lei 9478, criando-se a “flexibilização” do monopólio. Com essa lei, áreas com possibilidade de petróleo seriam concedidas a estrangeiros, antes só autorizado mediante “aluguel” via contratos de risco e autoriza qualquer empresa importar petróleo bruto e gasolina.
Com isso o preço da gasolina passou a ser dolarizado e o lucro da empresa foi às alturas. Afinal, o petróleo lá fora está em torno de 60 dólares o barril, enquanto a Petrobrás o produz entre 10 e 50 dólares, dependendo da produtividade do campo. Algumas empresas se associaram à Petrobrás para a pesquisa e exploração e, só em dezembro, foi descoberto o campo gigante de Papa-Terra (reservas de um bilhão de barris). Para aqueles que tudo fizeram para acabar com o monopólio, a “flexibilização” virou um tiro pela culatra. E a auto-suficiência, sonho daqueles que, em 1953, foram às ruas receber bordoadas da polícia enquanto gritavam “O Petróleo é nosso”, se realiza neste momento, com a Petrobrás produzindo 1.900.000 barris de petróleo a cada dia.
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